quinta-feira, janeiro 25, 2007

Blogs are today's revolutionary pamphlets, websites are the new dailies and list-servers are today's broadsides

Audrey Cronin da Universidade de Oxford. (in The Economist, 16 Nov 2006)

A Monarquia imprime verticalidade à República


A Monarquia imprime verticalidade à República, ou seja, dá-lhe um sentido ascendente, culminando na figura Real - que é exemplo de isenção e de excelência.

Ora se a Monarquia é um elemento de verticalidade, então é sem dúvida algo transversal, podendo cada grupo, seja ele político, económico ou social depreender quais as vantagens para si próprio de um tal sistema existir em Portugal. Todos os grupos, excepto claro os republicanos acérrimos, que não quiserem aceitar este sistema, mais por teimosia ou comodismo do que por falta de compreensão das suas vantagens.

Quanto a mudanças de fundo no funcionamento e organização do País: eu costumava ser da opinião de que apenas propondo uma mudança drástica é que o povo reconheceria a Monarquia como alternativa merecedora. No entanto, parecece-me hoje que as mudanças que são necessárias fazer não podem ser nem instantâneas nem apressadas. Tenho a certeza porém de que tais alterações não são viáveis no regime actual e que a Monarquia se apresenta como único ambiente onde tais mudanças podem ter lugar.

Concluíndo, a República decai a olhos vistos; a Monarquia não resolve coisa alguma senão o facto de inverter a tendência - sendo assim um factor, indirecto, de regeneração de Portugal. Neste momento da vida nacional, esta inversão de tendência é, a meu ver, aquilo por que temos de lutar com todo o empenho.

terça-feira, janeiro 23, 2007

Filme Recomendado: The Queen


(clique para ver apresentação)

É ainda possível ver nalguns cinemas este filme onde Helen Mirren encarna magistralmente a personagem de Isabel II. A realização é de Stephen Frears.

A acção passa-se após a morte da Princesa Diana e mostra como a Família Real Inglesa lidou, tanto com o choque de uma tragédia familiar, mas também com o aspecto mediático a ele afecto.

Infelizmente, devido ao media circus à volta da Monarquia no Reino Unido, a Rainha acabou por se ver quase refém de um primeiro-ministro recém-chegado e muito persuasivo e, indirectamente, de um spin doctor, interessado apenas nas sondagens e naquilo que é "popular" e "parece bem". Porém soube manter a dignidade e esse, na minha opinião, é o aspecto mais construtivo do filme.

As semelhanças dos actores com os seus personagens é assombrosa. Vale a pena ver!

terça-feira, janeiro 16, 2007

Alter..nativa?, por MCH


A Coudelaria de Altér vai ser substituída por uma nova Fundação controlada pelo Estado e pelos Privados a que parece querer chamar Fundação de Altér e que se constitui por fusão desta e da Companhia das Lezírias.
Do destino que se dará aos cerca de 80 empregados da Coudelaria e se as instalações continuarão a A Coudelaria foi fundada em 1748, pertenceu à Casa de Bragança, e depois foi propriedade da Coroa Portuguesa. Com o derrube da Monarquia passou para a tutela do Estado e tem dado bom nome a Portugal.





Comentário:

Leonardo de Melo Gonçalves said...

A confirmar-se esta decisão, trata-se de mais um exemplo de como Portugal, que nem avião desviado, segue por uma rota que não é a sua.

O respeito pelo património histórico, por aquilo que constitui a face visível da identidade Portuguesa tem de ser mantido, custe o que custar e não podemos entrar na lógica mercantilista de julgar rentável ou não algo que tem em si valor simbólico.

Lembro que os governos Franceses e Italianos procederam recentemente à avaliação do património imobiliário do Estado e, aos monumentos de alto valor histórico foi-lhes atribuído a soma simbólica de 1 euro por cada - que nunca, jamais e em tempo algum serão vendidos por qualquer razão que seja.

Oxalá o governo de Portugal tivesse a decência de fazer o mesmo.

15 Janeiro, 2007 23:11

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quarta-feira, janeiro 10, 2007

Do Fundamentalismo Democrático

Nesta época de extremos e fundamentalismos, onde a letra se sobrepõe ao espírito em todos os sectores da vida (sejam eles a Religião, a Economia, a Política), só poderemos atingir qualquer tipo de equilíbrio concentrado-nos, precisamente, no "espírito" não na "letra". Como diz o Evangelho a letra mata, mas o espírito vivifica.

Falava ontem com uma pessoa quanto à liberdade de expressão religiosa de um Rei, ou de um Chefe de Estado. Dizia esta pessoa que um Chefe de Estado não deve assumir a sua fé em público, deixando qualquer prática desta ordem para a sua vida privada. Caso praticasse a sua fé em público, digamos o catolicismo, então deveria ir um igual número de vezes a uma mesquita e a uma sinagoga para poder representar todo o seu Povo. Ora, não podemos deixar que o mecanicismo democrático impere sem regras na nossa vida. O sentido literal, ou o "letra", da Democracia é ser o governo do Povo, para o Povo. Todos sabemos que isso é uma utopia e está longe de ser aquilo que acontece nos estados modernos de hoje, nomeadamente em Portugal. Portanto, se a "letra" não é possível de ser posta em prática, temos de nos virar para o "espírito" que é, simplesmente, o da defesa dos direitos individuais de cada um, da ordem pública, da justiça social, etc...

Portanto, o argumento de que todos somos iguais só é verídico se for dito "todos somos iguais perante a Lei" e só assim fará sentido. Se extrapolarmos este sentido de igualdade para a total aniquiliação de toda a hierarquia, factor natural que existe em todo o tipo de sociedades, então ficaremos sós num estado anárquico e de confusão generalisada. Não podemos exigir que todos sejam iguais nos seus hábitos, na sua actividade, etc... As sociedades só evoluirão através da diversidade das iniciativas pessoais ou colectivas, que lhe trazem riqueza e lhe conferem carácter.

Resumindo, e no exemplo dado da Religião na Chefia de Estado, temos de exigir ao Chefe de Estado um igual tratamento face às várias expressões religiosas, mas não lhe podemos pedir que professe em todas para a todas representar. Bem como não lhe podemos pedir que seja negro para poder representar os portugueses de raça negra. E decerto não lhe podemos pedir que não professe em nenhuma religião para poder ser imparcial, visto que não se trata de nenhuma escolha lógica ou política, mas sim de algo que é inerente a todo o Ser Humano, que é a sua relação com o Sagrado, algo de vocacional.

Deixemo-nos portanto de considerações pseudo-egalitárias ou do politicamente correcto que tentam fazer do colectivo dos cidadãos uma massa cinzenta e disforme, uma soma linear de todas as diferenças. Dediquemo-nos sim, à aceitação do oposto ou do desconhecido e enfrentemos o futuro com um projecto na mão. Se todos o fizermos, decerto contribuiremos para uma sociedade mais rica e mais diversa e, sobretudo, mais portuguesa.

terça-feira, janeiro 02, 2007

A Arte de Ser Português, por Teixeira de Pascoaes


[Sobre a paisagem portuguesa:]«É uma paisagem de contrastes que se abraçam e beijam com amor.»
(...)
«Os seres não realizam em si o seu destino, mas naqueles a que sacrificam a sua existência.»
(...)
«Imediatamente aos seus deveres de Família, o bom português cumprirá os seus deveres de munícipe.»
(...)
«A Poesia converte a matéria em espírito»
(...)
«Portugal foi livre, enquanto foi português nas suas obras»
(...)
«A escravidão é feita de descanso e de tristeza.»

Teixeira de Pascoaes, in Arte de Ser Português, Assírio e Alvim - 1998.

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