Se o termo Tradição, engloba em si o significado de transmissão, neste caso de transmissão ancestral, não existe razão alguma para "cortar" com a Tradição, como muitos querem hoje em dia. Fazê-lo é enganarmo-nos a nós próprios, convencendo-nos que não somos quem realmente somos.
É o que vemos no mundo de hoje: todos são actores e raríssimos são aqueles que permanecem autênticos às suas origens, tantos querendo parecer o que não são para cumprir o mito do progresso, o que não levará decerto ninguém a bom porto. Para estes seres "centrífugos", a palavra tradição soa a repetição cega, a hábitos adquiridos, a ignorância, mas estes não são mais que significados adulterados e desvirtuados daquilo que é realmente Tradicional.
Oposta a esta tendência centrífuga existe a defesa da Tradição, que concentra cada um exactamente naquilo que muitos tentam ignorar: o centro inexprimível que todos temos e que nos é comum. Aquilo que permite que uma pessoa reze a Deus em português ou em árabe, aquilo que permite que uma pessoa sinta uma dança típica como sua, aquilo que permite que uma pessoa leia os Lusíadas e se identifique, porque é a SUA História. A Tradição, na única acepção que lhe reconheço, só pode ser isto.
Este blogue é exactamente uma pequena voz que fala deste ponto de vista. Não sectário, englobante, não ostracizante e acima de tudo que deseja que esta dita Tradição seja algo vivo, que se transforma todos os dias ao sabor das vidas de cada uma das pessoas que dela partilha.
Se nos focarmos neste princípio, decerto farão mais sentido muitas das acções que tomamos e mais gratificante se torna toda a experiência de viver.
Começo com um texto que falará por si. "Apologia da Monarquia". Um sistema que, rejuvenescido e, digamo-lo, resuscitado, será decerto um grande primeiro passo para o nosso país que tanto necessita de ser ele próprio - de caminhar de acordo com aquilo que profundamente é.
sábado, novembro 18, 2006
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