segunda-feira, novembro 27, 2006

Uma Nova Monarquia Portuguesa de Continuidade

Portugal parece padecer de uma orfandade crónica, imposta por dezenas, senão centenas de anos de caminhar para longe das suas origens - e, mais grave ainda, negando-as. Todos sabemos os males que assolam a mente de uma criança orfã ou abandonada e conhecemos também o drama daqueles que negam o contexto onde nasceram - os primeiros nascem com um vazio de referências, tentando seguir em frente o melhor que podem, mas sem o amparo daqueles que os criaram; os segundos, tendo acesso aos seus antepassados, afastam-se deles para levar o seu caminho individualista e de auto-ilusão. Tenho a firme convicção de que nosso País está algures entre estes dois casos e aparece-me como única solução apenas (pelo menos a nível social e histórico) a Reconciliação Monárquica que cada Português deverá fazer dentro de si mesmo, afastando fantasmas, Adamastores e especialmente Velhos do Restelo.

Esta nova oportunidade pela Monarquia só pode a meu ver ter sucesso, se se demonstrar uma alternativa sólida, consolidada, coesa e coerente perante os habitantes deste Reino Adormecido. Não se pode cair no erro de dizer "trazer de volta a Monarquia" - ninguém quer nada "de volta" queremos o Futuro! Não se pode cair no erro de dizer "voltar aos bons velhos tempos" - que nenhum tempo antigo é bom se transposto aos dias de hoje! O que se tem de dizer é, nitidamente, "Tenhamos um Rei, sejamos o País que somos, e olhemos em frente!". Só esta perspectiva terá resonância nos corações daqueles que se têm de pronunciar a seu favor.

Resumindo, aceitemos os erros do passado, façamos deles degraus na escada de aprendizagem que temos de subir e, em vez começarmos a subir uma nova escada, olhemos o seu topo e caminhemos na sua direcção da melhor maneira que soubermos.

Uma situação republicana, que vive da constante quebra com o passado recente e com a deturpação de acontecimentos históricos para satisfazer fins políticos não permite o crescimento cultural de um país, comparando-se à construção de um edifício onde os donos da obra insistem em destruí-lo pouco depois de terem início os trabalhos, repetindo esse cíclo infernal ad eternum.



A Monarquia, por seu lado, não tem de ser definida pois todos a conhecem. Cabe-lhe apenas ganhar os contornos correctos para a sua aplicação neste momento histórico. Nada porém de entrar em delírios de reacreditação do poder político - o povo nunca confiou nem deverá confiar nos políticos: no dia em que tal acontecer perderá as suas liberdades - o povo tem é que ter presente que existe um Poder acima do político que vela pelos seus direitos e, acima de tudo (tal como fez o Rei do Butão, pequeno reino nos Himalaias) vela pela sua Felicidade. Só um Rei o poderá fazer.

1 comentário:

Unknown disse...

É isto mesmo!!!!!

Mais do que estar de acordo estou feliz por ter deixado de estar sozinho!

Obrigado companheiro e força!!!!

Miguel K.