Mantendo o espírito de Dante presente, já ele escrevia no séc. XIV:
«De uma maneira deverão ser conduzidos os citas que vivem fora do sétimo clima, sofrem de uma grande desigualdade entre os dias e as noites, e são flagelados por um frio quase insuportável; e de outra os garamantes que, habitando abaixo do equinócio, beneficiam de dias e noites sempre iguais, e não podem cobrir-se de indumentária por causa do calor excessivo.»É claro que nem só o clima influencia as culturas nem é ele a sua medida. Porém, é pertinente pensar que os grandes impérios, ou seja, quando a Pátria e o Estado funcionaram através do mesmo fio condutor, existiram num contexto de clara adaptação do sistema de Estado à população nele inserida.
Para Portugal, especificamente, convirá um sistema Monárquico, sim, mas uma Monarquia Portuguesa e não um qualquer franchise de algo encontrado noutro país. Com isto quero dizer que Portugal deverá ser ele próprio: Atlântico, decerto; Europeu, com certeza; mas Português, sem complexos. Deste modo haverá na Monarquia a Instaurar elementos comuns a outras Monarquias europeias, mas deverá haver no modo de agir do Rei e da sua relação com os governos e com o Povo algo que nos é comum a todos, pois de outro modo corre-se o risco de criar um sistema em parte artificial, que não se reflecte na sua totalidade naquilo que é a Realidade Portuguesa.
1 comentário:
Caro leonardo
Muito boa essa do anti-franchising:
De alguém no forum democracia real, cito isto;
"Um referendo, mal se consiga alterar o artigo 288, na sua alínea b)? tendo por base o nível cultural de 40% de Portugal penso que vai ser mais uma causa perdida à nascença, sem antes se fazer várias coisas:
1. descredibilizar o regime republicano (levou 3 reinados e 50 anos aos republicanos a fazerem o mesmo);
2. desmistificar o culto da personalidade onde se baseia inteiramente a eleição do Presidente (cometemos o mesmo erro em associar o Regime à Família Real, porque quer queiramos quer não, muitos dos eleitores não se revêem na pessoa do Sr. D. Duarte. Vivem do estigma sebastiânico do salvador da Pátria, de carácter forte, ditatorial e efusivo que ponha "ordem na casa", características que bem sabemos não serem o forte de SAR, sem desprimôr para o próprio);
3. desmistificar os dogmas republicanos, apontando que por opção própria o povo prefere a estabilidade óptica do regime, elegendo ad eternum um mesmo candidato até limite de mandatos;
4. basear a argumentação nos €'s, pois essa é uma linguagem que o povo entende. O regime monárquico é mais barato que o republicano e a moda da palavra déficit deve ser aproveitada;
5. fazer valer a posição suprapartidária do Rei e desconotá-lO com a direita tradicional, sob pena de para algumas (muitas) cabeças mais ébrias haver uma sobreposição de valores com o Salazarismo;
6. questionar e fazer vacilar a república por dentro como sede própria da ânsia de poder, do egoísmo e aproveitamento político, da governação efémera sem sentido de continuidade e de serviço público e sobretudo pela partidarização centralizadora do sentido de voto do parlamento que transforma 6M em 350 e desses em 5 votos úteis;
7. valorizar o papel das Cortes Constituintes, como verdadeira e única sede da aclamação Real.
Penso que estes 7 pontos resumem a "vaga de fundo", que a meu ver poderia ser um denominador comum a todos os confrades. Infelizmente assim não é.
Tendo por base o exemplo do referendo brasileiro, depois da alteração não concebo menos de 2 a 5 anos até que realmente se realize o referendo. Por algum motivo o Senado Brasileiro antecipou o referendo lá, em qualquer coisa como 6 meses (não estou certo), porque as sondagens apontavam para a vitória da Monarquia se se permitisse a continuação do debate.
Em súmula, se queremos ser apressados pegamos em armas, se queremos ser inteligentes deixemos a arma aberta, sentemo-nos e esperemos que o "porco" saia de trás da giesta!"
Enviar um comentário